Tendências do mercado pet para 2022


Setor deve crescer em torno de 7% e 9%, de acordo com a Abinpet.

Mesmo com as crises provocadas pela pandemia, o mercado pet tem crescido e 2022 promete ser um ano muito bom para o setor. A expectativa do IPB (Instituto Pet Brasil) é que o faturamento de 2021 ultrapasse os R$ 46 bilhões.

Neste cenário, podemos observar algumas tendências como o consumidor alinhado ao propósito, uma vez que o consumidor está cada vez mais ativista de causas (como a ambiental, por exemplo).

O valor impressiona, mas não surpreende. Cada vez mais os brasileiros optam por ter um bicho de estimação em casa – não à toa, o Brasil ocupa o 3º lugar no ranking mundial como país com a maior população total de animais de estimação, de acordo com a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação).

Existe uma tendência, assim como outros setores da economia, de estar se recuperando das flutuações causadas pela pandemia, de acordo com José Edson Galvão de França, presidente-executivo da Abinpet. “Apostamos que 2022 deve ser ainda fortemente influenciado pelos custos das matérias-primas, principalmente do pet food, mas já com sinais de arrefecimento. Ou seja, não há previsão de que os custos da indústria possam cair drasticamente, ao passo que grandes elevações de preço não devam chegar ao consumidor final”, completa o executivo.

A contratação de serviços por aplicativos deve aumentar: assinatura de entrega de produtos mensalmente, contratação de passeadores para os cães ou, até mesmo, contratação de hospedagem temporária. Todos esses serviços digitais devem se expandir e surpreender com o surgimento de novas opções.

A ABcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) indica que o mercado pet movimentou cerca de R$ 2 bilhões em 2020, foi o 11º maior ticket médio em vendas on-line. Compras pela internet não era uma modalidade muito comum nesse mercado, porém, a pandemia acelerou (e muito) a adoção do e-commerce entre as empresas pet – que deve se manter e expandir no próximo ano. Esse, certamente, foi um caminho sem volta.

“Pet shops pequenos e médios continuam a ser o principal canal de acesso aos produtos, representando praticamente metade de todas as vendas do setor (47%); seguidos por clínicas e hospitais veterinários (17,9%); agrolojas (9,7%); varejo alimentar (8,9%); pet shops de grande porte (8,4%); e-commerce (5,9%); e outros como clubes de serviço, lojas de conveniência, entre outros (2,2%). Como destaque, o comércio eletrônico também continua a crescer, indicando uma mudança progressiva de hábitos das famílias que possuem pet em casa. Em 2020, esse canal de acesso representou 4,6% das aquisições de produtos, mas cresceu isoladamente 25% em relação a 2019”, aponta Nelo Marraccini, presidente do Conselho Consultivo do Instituto Pet Brasil.

Além disso, cada vez mais, os tutores buscam a tecnologia para melhorar a rotina com seus pets. Muitos já optam pelo uso de câmeras de monitoramento nas residências para vigiar e, muitas vezes, até mesmo conversas com os pets quando estiverem fora de casa. A busca por esse tipo de tecnologia deve aumentar em 2022, já que muitas empresas começaram a operar no esquema híbrido de trabalho, ou seja, mesclando o home office com idas periódicas aos escritórios.

Alimentadores automáticos controlados por aplicativo, também devem vir como forte tendência para 2022 no mercado pet. Muitos tutores querem automatizar e facilitar o dia adia e nada melhor do que a tecnologia para apoiar neste desafio.

“Nossa aposta é que esse acesso a produtos e serviços para o setor pet deve acompanhar a tendência de outros mercados. Nosso setor é bastante ágil, e tem criado alternativas interessantes, como a assinatura mensal de produtos, e a contratação de profissionais como pet sitters e dog walkers”, aposta o executivo da Abinpet.

“É importante lembrar que o consumidor é fortemente guiado pela relação custo-benefício. Por isso, ele quer aliar qualidade com preço atraente. Entretanto, uma das tendências que temos observado cada vez mais fortemente em nosso setor é a criação de produtos que buscam cada vez mais oferecer conforto aos pets, trazendo seus hábitos e necessidades para dentro do cotidiano familiar. Por isso os produtos para animais de estimação estão cada vez mais atraentes e criativos. Eles buscam encantar porque, hoje, a família quer que todas as experiências, dentro e fora de casa, envolvam os animais. E isso continuará ajudando muito o setor”, complementa Nelo Marraccini.

Os estímulos que um pet recebe em um ambiente fechado, como uma casa ou apartamento, não são os mesmos de quando estão expostos à Natureza. Por isso, é preciso dar atenção a este ponto e enriquecer o ambiente em que o pet está inserido. Brinquedos que estimulam os pets a gastar energia, correr e brincar são uma forte tendência também, tudo para tornar entorno mais dinâmico e menos o estressante para os animais.

“Temos observado uma crescente preocupação em oferecer aos pets produtos da melhor qualidade possível, de forma a informar o consumidor o que está presente nas embalagens. Mas, para os fabricantes, o destaque, ainda, é a influência negativa da Covid-19 em toda a cadeia de valor pet. Nesse cenário, o principal elemento afetado foi o preço médio de matérias-primas. Para as companhias que produzem pet food, observamos altas que chegaram a mais de 55% no primeiro trimestre de 2021. São ingredientes básicos como as farinhas de carne e de vísceras, farinhas de arroz, soja, trigo, óleo de frango, entre outros. Já itens como milho tiveram aumento superior a 70%. Esses fatores, aliados ao câmbio do dólar, impactaram muito o custo. Por outro lado, sabemos que os donos de animais de estimação não deixam de cuidar de seus pets e, por isso, continuam comprando”, explica José Edson.

Já foi possível acompanhar o crescimento da oferta de serviços focados em pets, como é o caso do convênio médico. Em 2022, possivelmente surgirão cada vez mais opções de convênios e a expansão de outros serviços como terapias alternativas – acupuntura e hidroginástica para os animais. Estes são nichos bastante promissores. Bem como os serviços digitais; a pandemia acelerou a digitalização de todos os tipos de serviços e isso não seria diferente no mercado pet.

“Esse tipo de serviço está ligado à crescente integração dos animais de estimação à família. Dessa forma, as famílias que possuem pet em casa querem oferecer o melhor para seus animais de estimação.

Não se trata de tratá-los como seres humanos, mas adaptar os serviços e produtos de forma que eles se assemelham àquilo que consumimos em nosso dia a dia. Nossa visão é que esse tipo de oferta é positiva, pois além de diversificar o mercado, também cria novas oportunidades de emprego. Além disso, aumenta a noção de que o pet deve receber cuidados para permanecer feliz e saudável”, avalia França.

Para o executivo do Instituto Pet, planos de saúde e assistência funeral são consequência também da longevidade da vida dos animais domésticos, tal como a vida de seus tutores. “Planos de saúde e assistência funeral para pets também têm crescido no mercado brasileiro, e garantem uma segurança a mais na hora de cuidar dos bichinhos. Como a população do Brasil está envelhecendo, e cada vez mais se concentra em cidades verticalizadas, a procura por animais que possam preencher a casa e oferecer companhia só tende a crescer – e serviços como planos de saúde e assistência funeral acabam acompanhando esse fenômeno”, comenta Nelo.

No caso da indústria, a Abinpet acredita no potencial das exportações como principal tendência para este ano. “As exportações pet somaram mais de US$ 175 milhões no 1º semestre de 2021. O pet food foi o responsável por 95% de todo valor exportado pelo setor, de acordo com o Ministério da Economia. Pet care foi responsável por 3%. Produtos veterinários representaram 0,10% das exportações, e a comercialização de animais vivos, 1,90%. O crescimento foi de 44% em relação às exportações no mesmo período de 2020. Mas é importante ressaltar que a alta da moeda impactou muito no crescimento apresentado.

As projeções apontam que as exportações pet devem ter superado a casa dos US$350 milhões em 2021, aponta França.

Passados os principais impactos no custo de produção em 2021, a Abinpet prevê um crescimento em torno de 9%. “Neste ano que se inicia, devemos crescer algo em torno de 7% e 9%, ou, seguramente menos de dois dígitos. Tanto por conta da estabilização dos preços de matérias-primas, quanto pela crise econômica que veio na esteira da crise sanitária causada pela Covid-19”, conclui o executivo da Abinpet.

Fonte: RN Pet 

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